NGMN define princípios fundamentais para a evolução da arquitetura de redes rumo ao 6G

A Next Generation Mobile Networks (NGMN) Alliance publicou um novo relatório sobre a evolução da arquitetura de redes rumo ao 6G, no qual são destacados os principais desafios, tendências emergentes e princípios de design que definirão o desenvolvimento da próxima geração de telecomunicações. Segundo o documento, ainda é cedo para definir um padrão unificado, mas é crucial avançar nos estudos e colaborações que orientem a transição a partir do 5G.

De acordo com o relatório da NGMN, um dos fatores que impulsionam a evolução arquitetônica é a necessidade de superar as limitações do 5G. Entre os principais desafios identificados estão a complexidade da rede, a eficiência energética, a cobertura em áreas remotas e a escalabilidade. Embora o 5G tenha trazido melhorias significativas, o relatório destaca que ainda existem desafios na integração com sistemas legados e na redução do consumo de energia, especialmente com a implantação de antenas massivas MIMO e o uso de frequências mais altas.

O relatório da NGMN enfatiza que a arquitetura 6G deverá suportar cenários mais avançados, alinhados com as tendências do IMT-2030, como inteligência artificial (IA) integrada à rede, comunicações imersivas e sensores avançados. Além disso, menciona que muitas das novas aplicações previstas poderiam ser implementadas com melhorias no 5G, sem a necessidade de uma transformação radical na infraestrutura atual — um detalhe importante para os operadores móveis.

Entre as áreas prioritárias para os operadores entrevistados no estudo da NGMN, destacam-se a gestão autônoma de redes, a integração de capacidades de IA e a resiliência do sistema. No entanto, alguns operadores apontam que esses avanços poderiam ser alcançados por meio de atualizações de software na infraestrutura existente do 5G.

O relatório aponta que a possível introdução de uma nova interface de rádio (RAT, na sigla em inglês) no 6G pode aumentar a complexidade da arquitetura da rede. No entanto, a NGMN recomenda que qualquer evolução nesse aspecto seja cuidadosamente avaliada para garantir sua viabilidade em termos de desempenho e custos. De acordo com a pesquisa incluída no documento, 60 por cento dos operadores preferem ancorar o acesso do 6G à rede 5G standalone (SA), enquanto 40 por cento consideram necessária uma nova rede core para o 6G.

A NGMN estabelece em seu relatório uma série de princípios de design que devem guiar a evolução da arquitetura 6G. Entre eles, destaca-se a inovação modular, que busca incorporar novas funcionalidades de maneira progressiva sem comprometer a conectividade existente; a simplicidade operacional, focada na priorização da automação e no uso de padrões abertos para facilitar a interoperabilidade; a sustentabilidade, com o objetivo de reduzir o consumo de energia e minimizar a pegada de carbono por meio da otimização das redes; a segurança e a confiabilidade, que envolvem a incorporação de mecanismos avançados de proteção, incluindo criptografia resistente à computação quântica; e, por fim, a compatibilidade e a interoperabilidade, garantindo a integração fluida com redes fixas, não terrestres e sistemas 5G.

O relatório da NGMN alerta que a transição do 5G para o 6G apresenta desafios significativos, entre eles a falta de consenso no processo de padronização e a complexidade das atualizações de infraestrutura. Para avançar nesse processo, a aliança enfatiza a necessidade de incentivar a colaboração entre operadoras, fabricantes e órgãos de padronização, além de garantir que o design da arquitetura 6G priorize a eficiência de custos e a flexibilidade na implementação.

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Conta com mais de 11 anos de experiência no setor de telecomunicações para a América Latina. Rafael Junquera tem viajado constantemente por todo o mundo, cobrindo os eventos mais importantes para a Indústria na América, Europa e Ásia. Sua experiência acadêmica inclui um BA em Jornalismo e um Mestrado em Economia Internacional ambos pela Universidade de Suffolk em Boston, MA.

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