As telecomunicações são um ativo estratégico para o bom funcionamento e evolução de indústrias verticais, como a saúde; e a Telefónica certamente sabe disso. Nas últimas horas, a operadora anunciou que instalou com sucesso uma rede protegida por links dedicados de fibra óptica quântica entre dois centros de saúde em Madri. Isso foi feito em colaboração com a Vithas e com provedores de tecnologia como a start-up espanhola LuxQuanta, especializada em tecnologia QKD, e com a cisão da Universidade Politécnica de Madri (UPM) QoolNet. A conquista será apresentada no Mobile World Congress (MWC), que será realizado em Barcelona de 3 a 6 de março.
Sim, a realidade é que a computação quântica promete revolucionar setores e facilitar avanços, inclusive nas áreas de saúde, pesquisa e medicina, mas também abre uma nova janela de riscos criptográficos, entre os quais se destaca a prática conhecida como “armazenar agora para decifrar depois” (SNDL). E, neste caminho, a Telefónica traz a contribuição de uma década de desenvolvimentos que foram implementados pelo Hospital Universitário Vithas Madrid Arturo Soria com o Hospital Universitário Vithas Madrid La Milagrosa.
“Juntamente com a Vithas e o resto dos nossos parceiros, testamos com sucesso a distribuição de chaves quânticas em um ambiente crítico como o da saúde, confiando em nossa rede de fibra para estabelecer um canal de comunicação seguro para dados sensíveis e antecipando ameaças futuras que a própria tecnologia pode gerar com novas soluções tecnológicas”, disse Leonor Ostos, gerente de inovação da Telefónica Espanha, dando as chaves para a viabilidade e importância da segurança Quantum-Safe das comunicações entre centros de saúde contra possíveis ataques realizados a partir de computadores quânticos.
De acordo com o próprio anúncio, esses links de fibra dedicados que conectam os dois hospitais criam “um sistema de distribuição de chaves quânticas (QKD) que, diferentemente de outras alternativas baseadas em algoritmos matemáticos complexos (e, portanto, suscetíveis a ataques), é baseado em princípios invioláveis da física quântica”. A confidencialidade do histórico médico e dos dados é uma questão delicada que exige os mais altos padrões de segurança.
O caso envolveu a instalação de um equipamento QKD do fabricante LuxQuanta NOVA LQ, capaz de produzir sinais quânticos continuamente variáveis através da fibra desta operadora, e um equipamento da solução Quantum-Safe desenvolvida pela QoolNet-UPM, responsável por coordenar os diferentes trechos da fibra para garantir o envio de chaves quânticas de uma ponta a outra. Essas chaves são entregues aos firewalls de última geração da Fortinet e, uma vez garantido o canal seguro, o uso para fins de assistência médica é habilitado. Por exemplo, envio de informações médicas, teleconsulta ou telemonitoramento de pacientes.
