Com o Mobile World Congress 2025 se aproximando, é evidente que a atividade em torno do 6G está em alta. O Radio Spectrum Policy Group (RSPG) da União Europeia publicou um relatório sobre sua visão estratégica para o desenvolvimento do espectro no 6G, no qual analisa os desafios regulatórios, tecnológicos e de sustentabilidade que definirão a próxima geração de telecomunicações. De acordo com o documento, o grupo destaca a importância do planejamento antecipado do espectro para viabilizar o lançamento inicial do 6G na região a partir de 2030.
Segundo o relatório do RSPG, a evolução das redes móveis do 5G para o 6G exige uma análise detalhada das faixas de espectro disponíveis e sua otimização. O documento ressalta que, embora o 5G tenha proporcionado avanços em cobertura e capacidade, ainda existem limitações quanto à integração de redes não terrestres e à sustentabilidade energética.
O RSPG destaca que as faixas de espectro de baixa frequência, abaixo de 1 GHz, serão essenciais para garantir uma cobertura confiável em nível nacional e, no futuro, poderão ser complementadas por redes não terrestres (NTN). Além disso, aponta que as faixas de frequência média, incluindo a parte superior do espectro de 6 GHz e a faixa de 7 a 15 GHz, terão um papel crucial na implementação do 6G, especialmente em ambientes urbanos e suburbanos. No entanto, alerta que a coexistência com serviços já estabelecidos, como as comunicações via satélite, representará um desafio para os reguladores.
O relatório do RSPG enfatiza a crescente necessidade de estratégias de compartilhamento do espectro entre diferentes serviços e operadoras. Segundo o documento, essa estratégia será fundamental para garantir o crescimento da conectividade na Europa sem comprometer a qualidade do serviço.
O grupo sugere que a adoção de soluções avançadas de compartilhamento de espectro, como o acesso compartilhado licenciado (LSA, na sigla em inglês) e os modelos de gestão dinâmica do espectro, permitirá maximizar o uso das faixas disponíveis. Além disso, recomenda que o acesso ao espectro para o 6G contemple tanto as operadoras tradicionais quanto redes privadas e verticais, promovendo um ecossistema mais inclusivo.
Outro aspecto central do relatório do RSPG é a sustentabilidade na gestão do espectro. O documento destaca que as redes 6G devem ser projetadas com base em critérios de eficiência energética e redução de emissões de carbono. De acordo com o grupo, a otimização do consumo de energia será um elemento essencial na evolução das redes, impulsionando o uso de tecnologias mais sustentáveis e promovendo soluções como infraestrutura compartilhada e uso eficiente do backhaul.
O RSPG também menciona a importância da integração de redes não terrestres (NTN, na sigla em inglês), como os satélites de órbita baixa (LEO), para ampliar a cobertura sem aumentar significativamente a pegada de carbono das redes móveis.
O relatório do RSPG conclui que a identificação precoce das faixas de espectro será crucial para garantir um lançamento bem-sucedido do 6G na Europa. Para isso, o grupo recomenda que os Estados-membros coordenem estratégias em nível regional e fortaleçam a colaboração com organismos internacionais de padronização. Além disso, destaca a necessidade de um planejamento flexível que permita a coexistência de tecnologias e a evolução gradual das redes atuais.